segunda-feira, 27 de junho de 2011

Roberto Carlos: "Sonhei com o refrão, bicho!"


Eu sempre fico curioso em relação ao que levou determinado compositor a se inspirar para criar uma canção. Nas minhas entrevistas sempre perguntei aos meus entrevistados sobre como surgiu à idéia de compor certa música. Na segunda metade dos anos 1960 Roberto e Erasmo Carlos se encontraram uma noite para compor. Surgiu a música Sentado à Beira do Caminho. Os dois terminaram por varar a madrugada. Lá pelas três horas estava quase tudo pronto: faltava o refrão. Roberto Carlos, já cansado resolveu dar uma cochilada no sofá enquanto Erasmo continuou tentado achar o que faltava. Em determinado momento Roberto pulou do sofá e disse para seu parceiro: “Bicho! Sonhei com o refrão!”. Erasmo, incrédulo, perguntou como era. E Roberto respondeu cantarolando: “Preciso acabar logo com isso. Preciso lembrar que eu existo...Eu existo”. Parece simples mas não é.

Enquanto isso, certa vez eu, sentado na varanda do apartamento do cantor e compositor pernambucano Paulo Diniz, num final de tarde, indaguei sobre Piripiri, uma cidade do Piauí que Paulo havia imortalizado numa canção. Nela o artista descreve o local como uma cidade dos sonhos. Perguntei: “Mas Piripri é aquilo que você diz na música?”. Paulo respondeu: “Não sei. Acordei-me com o cara do ônibus falando que estávamos em Piripiri. Ergui-me da cadeira e abri as cortinas da janela. Vi uma igreja, uma praça e um casal de namorados. Depois voltei a dormir”. Assim nascem belas canções, da mente criativa e sonhadora dos autores.

Sergio Reis, hoje um dos grandes da música sertaneja, no começo da sua carreira, tentava compor uma música na sala da casa onde ele morava com a mãe que estava preparando o almoço. Sergio tentou concluir a música por várias vezes até que foi chamado para almoçar. O artista deixou o violão de lado, amassou o papel e jogou no assoalho. Foi nesse momento que deu o estalo: Coração de Papel, canção que se tornou um marco em sua carreira. Muitas histórias poderiam ser contadas aqui sobre esses feitos. Mas encerro com o Rei do Brega, Reginaldo Rossi, que compôs uma bela música em resposta à sua gravadora que o havia esnobado. Quando estava escrevendo sua biografia desvendei esse “mistério” dos versos da canção, que eu pensava que tinha sido feito para uma mulher e não foi. Tinha sido um desabafo. E o pior, ou melhor, é que a música surgiu quando Rossi estava no banheiro.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Eu não sou poeta não

Ao lado o poeta Ferreira Goulart

Você não adquire inteligência. Ou nasce com ela ou está ferrado. Pode até adquirir conhecimento e cultura ao longo da vida, mas ser inteligente vem de berço. Já vi casos de gente que vivia na rua, estudava por conta própria e conseguia passar em concurso para o Banco do Brasil. Outros se matam e são reprovados. O QI de cada um vem do nascedouro. É aquela coisa de escrever poemas aos borbotões como acontece com o pessoal que se diz poeta e publica na Internet até três poesias por dia. Ora, Ferreira Goulart levou muito tempo para concluir sei belo Poema Sujo. Portanto, no caso dele, a poesia está no sangue. Não são versos bobos que podem ser chamados de poemas. A maioria escreve sobre o amor. Outros abordam o sofrimento e segue por aí. Mas na leitura que você faz dos versos sente que muitos forçam a barra e o que escrevem parece bobo.

Esses homens e mulheres se classificam de poetas. Se sentem a fina flor da poesia. Eu mesmo escrevo meus versos. Mas entre escrever e publicar há uma grande diferença. Não me arrisco. Já publiquei livros de biografia e infantil. Mas livro de poema nunca tive a coragem de colocar em exposição. Só tive um poema publicado, assim mesmo em jornal. Certa feita enviei um poema meu para Marcos Polo, um dos grande poetas pernambucanos e na época editor de cultura do Jornal do Comércio, para que ele fizesse uma avaliação. Para minha surpresa, num dia de domingo, a poesia Lúcia Diamante foi publicada no JC. Obrigado, amigo! Mas fiquei por aí. E toda vez que leio Pasárgada, de Manuel Bandeira ou José, de João Cabral de Mello Neto, não tenho coragem de me expor. Pois eles sim são os verdadeiros poetas. Prefiro ler a publicar.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Festa Junina


O São João chegou com mais de mil. No Nordeste fogos, fogueiras e muitos shows de bandas e cantores de todos os estilos. Em Pernambuco tem da banda Garota Safada a Fábio Jr. passando por Geraldo Azevedo e Elba Ramalho. Na capital o prefeito optou por colocar os verdadeiros forrozeiros que residem no Estado e mais alguns convidados da Paraiba e Ceará, entre outras regiões mais. Perfeita a tomada de posição da Fundação de Cultura criando os mais diversos polos, do centro da cidade aos bairros periféricos.
Este é um breve comentário apenas para dar início ao meu novo blog. Quer dizer, eu voltei, mas não sei se é para ficar. Desde que fui censurado no blog anterior que deixei de escrever para esse tipo e espaço. Ressaltando que a melhor música lançada para os festejos juninos é de Nando Cordel. (nem sei o título da mesma, mas ouvi na rádio).
Forró para todos!