terça-feira, 12 de julho de 2011

Walmir Amaral, o bom entre os dez mais

Na lista dos dez maiores e melhores desenhistas de histórias em quadrinhos feitos no Brasil está, sem dúvida, Walmir Amaral. Filho de italiano com portuguesa ele nasceu no Lins, Rio de Janeiro, em dezembro de 1939. Autodidata Walmir aprendeu a desenhar rabiscando o chão e os cadern

os escolares, talvez por isso, por ter aprendido ao seu modo, o artista tenha um traço que é a sua assinatura. Seu primeiro contato com as HQ foi através do Globo Juvenil, onde aparecia o Fantasma, que o próprio Amaral desenharia anos depois.

Ainda adolescente, com apenas 17 anos, Walmir Amaral, através de uma namorada mais velha que ele, foi na Rio Gráfica Editora ( hoje Editora Globo ), onde fez um teste e ficou. Começou completando os desenhos do Fantasma e Cavaleiro Negro, entre outros heróis

. Na editora tinha uma geração de jovens talentosos que depois também passariam para a história dos quadrinhos brasileiros, entre eles Flavio Colin, Getulio Delphin, Benício ( que ganhou fama por seus desenhos para capas de livros de bolso e cartazes de cinemas ) e Milton Sardella. Esses quatro companheiros de Amaral já desenhavam quadrinhos e capas para a Rio Gráfica.

Walmir, enquanto “completava” as páginas de quadrinhos (quando era colocado o balão e a legenda o desenho tinha que ser completado), ficava observando o desenho dos seus colegas de estúdio. Certo dia, só para mostrar que também sabia desenhar histórias em quadrinhos fez dez páginas do Cavaleiro Negro. Mas, só pelas mais de cem capas que fez do Fantasma, de Lee Falk, o nome de Walmir Amaral está escrito nas estrelas da Calçada da Fama dos grandes nomes nacionais das HQ. É claro que os trabalhos de Amaral não foram só estes. Ele também desenhou e escreveu O Anjo, além de muitos outros personagens que ficaram no imaginário do leitor brasileiro de quadrinhos. Infelizmente estas palavras são dele: “ ...Fiquei desiludido com as histórias em quadrinhos. Elas tomaram muito tempo de minha vida. Não vou mentir dizendo que não ganhei dinheiro porque ganhei. Mas só naquela época” (Anos 1950 e 1970 ).

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sexta-feira, 8 de julho de 2011

A volta de Julio Shimamoto





Shima, o Mestre



O desenhista e pintor Julio Shimamoto é um dos maiores profissionais brasileiros. É um artista de vanguarda. Inquieto ele nunca se repete. Sempre está em busca do novo, da inovação de sua arte. Tanto nas histórias em quadrinhos quanto nas suas pinturas. Como disse Wagner Macedo, é um ermitão. É arredio. Não gosta de aparecer. Nem os prêmios que recebe gosta de comparecer para tê-los em mãos. Assim é o Mestre Shima. Eu tive a honra de ter uma história minha desenhada por ele: A Botija, na extinta Editora Vecchi.

Mas, surpresas das surpresas: Wagner Macedo, representante do BD Jornal no Brasil, conseguiu um depoimento de Julio Shimamoto que sai no próximo número do BD. Nele Shima abre o seu baú de recordações. E por quantas ciladas ele passou. Quantas vitórias ele conseguiu. Quantas histórias mágicas publicou. De quebra o desenhista volta a ter seus trabalhos publicados, também por Wagner e Jorge Machado Dias, proprietário e editor do jornal português.


O leitor será premiado com um livro, uma espécie de autobiografia, e com algumas histórias com o traço fino e requintado desse mestre da nona arte. Um dos episódios mais interessantes na vida artísticas de Shima foi quando ele ganhou o concurso desenhando o cartaz do filme King Kong, nos anos 1980. Recebeu o dinheiro mas foi impedido de ter seu trabalho divulgado nos cinemas. Motivo: Julio Shimamoto era um cara de esquerda. Era contrário à ditadura. Portanto, foi censurado. Assim era o mestre. Assim é Julio Shimamoto.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Seto & Grafipar: Bons tempos!


Aa lado dois sonhadores: Roberto & Eu

Houve uma época em que fiquei saturado de escrever roteiro para histórias de cowboys. Eu ficava pensando: "Pô! Watson publicou uma história regional e deu certo". Eu pensava sobre a Paralela dele que tinha saído na Vecchi e também outras HQs regionalistas. Paralela tem até a figura de um cangaceiro que se vê diante de Adolf Hitler. Ao mesmo tempo esta história era também universal. O desenhista e roteirista Watson tinha acertado na mosca.

Foi aí que surgiu a Grafipar, com Claudio Seto dando uma bela abertura aos quadrinistas nacionais, fosse roteirista ou desenhista. Juntou-se eu e o Roberto Portella e nos danamos a crirar histórias eróticas e também de cangaceiros e jagunços. É verdade que não vendeu como o Chet na Vecchi. Mas deu pra sentir o gostinho de escrever e desenhar quadrinhos regionais. Com os traços de Roberto meus roteiros ficavam mais regionalistas ainda. Assim surgiu O Jagunço e tantas outros personagens enquanto a Grafipar durou. Foi um tempo bom.